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terça-feira, 5 de julho de 2011

Encerrando o ciclo.

(Continuando...) Após romper o longo relacionamento com minha médica, isto em fins de maio de 2.009, tomei a decisão de utilizar-me de meus direitos de cidadão, garantidos pela Constituição Federal, e busquei assim o Serviço Único de Saúde - SUS. Reiniciei o tratamento no SUS de minha cidade, em 02 de junho de 2.009; mas aqui quero sintetizar o período de quase um ano de "tratamento". Neste período todo, conversei apenas com duas médicas, a primeira, me atendeu com a máxima atenção e cuidados e inseriu um novo medicamento - carbolitum - e determinou o meu retorno para trinta dias, isto que esta consulta somente ocorreu em 27 de agosto de 2.009, ou seja, três meses após ter realizado e preenchido as fichas necessárias; durante o período de junho a agosto, minhas receitas foram aviadas por um médico (meu conhecido), mas não especialista em psiquiatria, que seguiram as receitas aviadas pela minha antiga médica. O prazo de retorno para trinta dias, conforme consta do pedido da primeira médica do posto de saúde mental, somente foi agendada para o dia 27 de dezembro de 2.009, a qual, por minha culpa, acabei por perder dita consulta (hoje sei que não faria diferença), mas até ali, continuava obtendo as receitas aviadas, da forma como já narrei. Cheguei inclusive a pegar alguns medicamentos que "gratuitamente" são fornecidos aos pacientes. Entretanto, tais medicamentos, não passam apenas de plancentos,  vez que, são de laboratórios desconhecidos e não possuem a dosagem que realmente e por lei estariam obrigados a ter em sua formulação - mais um engodo do Governo Estadual, Federal e Municipal. Digo e afirmo, que tais medicamentos, adquiridos sempre com superfaturamento e distribuído "gratuitamente", não fazem os efeitos que teriam que fazer e a bem da verdade eles não são gratuitos, uma vez que todos os brasileiros, mesmo antes de abrir os olhos e acordar em sua cama, já estão pagando impostos extorsivos e estes não se revertem a população, ao menos no campo da saúde (e em outros campos também). Finalmente, foi para minha segunda (ocorreu em 12 de maio de 2010) e última consulta no SUS. A "médica psiquiatra" que me atendeu, deveria estar com maiores problemas que eu próprio. Me deu pena de ver tantas pessoas para serem atendidas pela aquela pessoa que se apresentava como médica especialista da área de psiquiatria, posto que a mesma, a mim me pareceu totalmente despreparada para ajudar os menos necessitados e os que não possuem voz para fazer valer os seus direitos. Tivemos uma forte e acalorada discussão. Fiz vê-la que a mesma estava ali para servir, ao final está é obrigação de todos os servidores públicos, seja a quem nível se encontre e não para ser servidos. Mas enfim. Deixei o local, fiz meu reclamo verbal ao chefe do posto da unidade mental, que me ouviu e pediu-me que o fizesse por escrito. Pensei em fazê-lo por escrito, mas afinal o que adiantaria; já tinha um processo administrativo junto a farmacêutica, onde reclamei da medicamento ali fornecido, que a mim, parece apenas farinha - cloridrato de sertralina 50mg - laboratório desconhecido; o que ocorreu com minha reclamação (escrita e assinada), com certeza está morta e enterrada em algum lugar. Tais situações, dentro deste sistema envolve muitas pessoas e muito dinheiro, portanto, alguém ou todos devem-se calar. É mais fácil! De certa forma, minha peregrinação junto ao Serviço de Saúde Mental de meu município, me propiciou a visão da realidade brasileira, ao menos neste meu pequeno mundo, na minha cidade, daí a imaginar outros rincões deste País Continental, o que o povo sofre nas mãos de governantes corruptos e marginais.  Verdadeiramente sinto pena e por vivência própria, sei que os medicamentos fornecidos não têm em sua formulação a farmacologia ideal a fim de propiciar uma melhora na vida mental dos pacientes que não dispõe de recursos para buscar um tratamento mais adequado a cada caso, mesmo sendo este seu direito e um dever do Estado. Como nesta narrativa, esta é o encerramento de um ciclo, tenho que dizer que ainda continuou em tratamento e hoje com um médico; se trágico não fosse, a escolha deste meu novo médico, deu-se em meu escritório, que à época estava montando um processo de interdição (quando ainda prestava serviços de assistência judiciária), li, reli e tornei a ler um relatório médico, que, quer pela forma, quer pela escrita, convenci-me que estava diante de um médico verdadeiro, terminei de montar o processo e liguei marcando com este uma consulta, que ocorreu em 20 de maio de 2.010. Há um ano que mantenho o meu tratamento sob sua indicação, onde a maioria dos medicamentos que tomava foi paulatinamente sendo substituídos por outros. Enfim, encerrando este ciclo, não poderia deixar de escrever sob a minha teoria a respeito das possíveis causas da depressão. Creio que já em outras postagensultrainterino, possa ser se não no todo, mas com maior contribuição para o desencadeamento de uma crise depressiva e até mesmo uma depressão cronica. Atualmente, não posso afirmar com todas as letras, mas estou mais voltado para o  niilismo, do que para qualquer outra coisa. Enfim e finalmente para encerrar e fechar este ciclo, quero fazê-lo com uma frase de Machado de Assis, extraído de sua Obra - Dom Casmurro, onde ele cita que: "A vida é uma Opera."      

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