Páginas

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Encerrando o ciclo. (com correção)

(Continuando...) Após romper o longo relacionamento com minha médica, isto em fins de maio de 2.009, tomei a decisão de utilizar-me de meus direitos de cidadão, garantidos pela Constituição Federal, busquei assim o Serviço Único de Saúde - SUS. Reiniciei o tratamento no SUS de minha cidade, em 02 de junho de 2.009; mas aqui quero sintetizar o período de quase um ano de "tratamento". Neste período todo, conversei apenas com duas médicas, a primeira, me atendeu com a máxima atenção e cuidados e inseriu um novo medicamento - carbolitum – (sendo que este medicamento, a bem da verdade, nada ajuda em determinados casos de depressão, porém, mesmo assim, tomei o medicamente durante trinta dias) e determinou o meu retorno para trinta dias, isto que esta consulta somente ocorreu em 27 de agosto de 2.009, ou seja, três meses após ter realizado e preenchido as fichas necessárias; durante o período de junho a agosto, minhas receitas foram aviadas por um médico (meu conhecido), mas não especialista em psiquiatria, que seguiram o programa das receitas aviadas pela minha antiga médica. O prazo de retorno para trinta dias, conforme consta do pedido da primeira médica do posto de saúde mental, somente foi agendada para o dia 27 de dezembro de 2.009, a qual, por minha culpa, acabei por perder dita consulta (hoje sei que não faria diferença), mas até ali, continuava obtendo as receitas aviadas, da forma como já narrei. Cheguei inclusive a pegar alguns medicamentos que "gratuitamente" são fornecidos aos pacientes. Entretanto, tais medicamentos, não passam apenas de placentas,  vez que, são de laboratórios desconhecidos e não possuem a dosagem que realmente e por lei estariam obrigados a ter em sua formulação - mais um engodo do Governo Estadual, Federal e Municipal. Digo e afirmo, que tais medicamentos, adquiridos sempre com superfaturamento e distribuído "gratuitamente", não fazem os efeitos que teriam que fazer e a bem da verdade eles não são gratuitos, uma vez que todos os brasileiros, mesmo antes de abrir os olhos e acordar em sua cama, já estão pagando impostos extorsivos e estes não se revertem a população, ao menos no campo da saúde (e em outros campos também). Finalmente, foi para minha segunda (ocorreu em 12 de maio de 2010) e última consulta no SUS. A "médica psiquiatra" que me atendeu, deveria estar com maiores problemas que eu próprio. Me deu pena de ver tantas pessoas para serem atendidas pela aquela pessoa que se apresentava como médica especialista da área de psiquiatria, posto que a mesma, a mim me pareceu totalmente despreparada para ajudar os menos necessitados e os que não possuem voz para fazer valer os seus direitos. Tivemos uma forte e acalorada discussão. Fiz vê-la que a mesma estava ali para servir, ao final está é obrigação de todos os servidores públicos, seja a quem nível se encontre e não para ser servidos. Mas enfim. Deixei o local, fiz meu reclamo verbal ao chefe do posto da unidade mental, que me ouviu e pediu-me que o fizesse por escrito. Pensei em fazê-lo por escrito, mas afinal o que adiantaria; já tinha um processo administrativo junto a farmacêutica, onde reclamei da medicamento ali fornecido, que a mim, parece apenas farinha - cloridrato de sertralina 50mg - laboratório desconhecido; o que ocorreu com minha reclamação (escrita e assinada), com certeza está morta e enterrada em algum lugar. Tais situações, dentro deste sistema envolve muitas pessoas e muito dinheiro, portanto, alguém ou todos devem-se calar. É mais fácil! De certa forma, minha peregrinação junto ao Serviço de Saúde Mental de meu município, me propiciou a visão da realidade brasileira, ao menos neste meu pequeno mundo, na minha cidade, daí a imaginar outros rincões deste País Continental, o que o povo sofre nas mãos de governantes corruptos e marginais.  Verdadeiramente sinto pena e por vivência própria, sei que os medicamentos fornecidos não têm em sua formulação a farmacologia ideal a fim de propiciar uma melhora na vida mental dos pacientes que não dispõe de recursos para buscar um tratamento mais adequado a cada caso, mesmo sendo este seu direito e um dever do Estado. Como nesta narrativa, esta é o encerramento de um ciclo, tenho que dizer que ainda continuou em tratamento e hoje com um médico; se trágico não fosse, a escolha deste meu novo médico, deu-se em meu escritório, que à época estava montando um processo de interdição (quando ainda prestava serviços de assistência judiciária), li, reli e tornei a ler um relatório médico, que, quer pela forma, quer pela escrita, convenci-me que estava diante de um médico verdadeiro, terminei de montar o processo e liguei marcando com este uma consulta, que ocorreu em 20 de maio de 2.010. Há um ano que mantenho o meu tratamento sob sua indicação, onde a maioria dos medicamentos que tomava foi paulatinamente sendo substituídos por outros. Enfim, encerrando este ciclo, não poderia deixar de escrever sob a minha teoria a respeito das possíveis causas da depressão. É cristalino que nosso cérebro é um microcosmo de aproximadamente 1,3 quilograma, mas neste pequeno espaço, se esconde a maior aventura humana. Cientistas de todo o mundo busca desvendar os mistérios que envolve a mente humana; têm obtido avanços significativos, porém, na maioria das vezes envolve apenas muita especulação e de outras se fundamentam em evidência, mas que ao final, em minha humilde opinião, longe estão de desvendar o maior dos mistérios humanos – o funcionamento do cérebro! No caso in concreto, desta narrativa, posso afirmar que para o paciente depressivo, no caso crônico da doença, estará sempre a sua frente o cálice de cicuta; caberá a este, afastá-lo ou ingeri-lo, mas tenho a certeza de que o cálice de cicuta, mesmo que se o coloque em local de difícil acesso e ou até mesmo, em um local fechado a sete chaves, podes ter a certeza de que o mesmo estará sempre a disposição. Evidente que com isso que afirmar que existe a total possibilidade de um paciente depressivo ter e levar uma vida praticamente quase que normal, bastará que ele (paciente) mantenha sempre um foco possível e adequado para sua sobrevivência e em assim sendo, o cálice de cicuta criará pó o bastante para envolvê-lo completamente. Digo isso por experiência própria, por vivência e não apenas por estudos teóricos. Afirmo – é possível ter vida própria, mesmo estando em tratamento de depressão por um longo período.
Sei, através de vários estudos, que a teoria dominante a respeito das causas da depressão, segundo os especialistas e cientistas, onde estes afirmam que as causas da depressão é hereditária e genética. Bem, confesso que nada sou, nem cientista e muito menos especialista na área, mas de tudo o que li, está teoria, está simplesmente baseada, apenas e tão somente em evidências, não em provas reais e fáticas. Pode até existir um fundo de verdade, quem sou para negar. Agora, pela minha experiência vivida, acredito que as causas da depressão pode até mesmo começar na vida ultra interina; porém, não posso aceitar como fator cego, que a depressão tenha como causas fatores de hereditariedade; genética até aceito, mas hereditário não. Atualmente, ainda em tratamento, tomo as medicações, mas com uma grande diferença; conheço meu inimigo (doença) e na arte da guerra, para vencê-la, o primeiro passo é conhecer muito bem seu inimigo, foi o que fiz; estudei, busquei todas as informações possíveis a respeito e hoje levo uma vida normal e estou totalmente estabilizado e exercendo a minha amada profissão. É certo que possuo agora, uma outra visão do mundo, não somente de meu mundo particular, mas do planeta como um todo, porém, este não é um fato que desejo declinar neste trabalho. Pois, este trabalho, a mim, têm o condão de servir de um pequeno lume para outros (as) que como eu, atravessamos mares bravios e escuridão total, para estes, afirmo, existe uma saída, existe vida na depressão, seja ela, em que grau for! Enfim e finalmente para encerrar e fechar este ciclo, quero fazê-lo com uma frase de Machado de Assis, extraído de sua Obra - Dom Casmurro, onde ele cita que: "A vida é uma Opera."      

terça-feira, 5 de julho de 2011

Encerrando o ciclo.

(Continuando...) Após romper o longo relacionamento com minha médica, isto em fins de maio de 2.009, tomei a decisão de utilizar-me de meus direitos de cidadão, garantidos pela Constituição Federal, e busquei assim o Serviço Único de Saúde - SUS. Reiniciei o tratamento no SUS de minha cidade, em 02 de junho de 2.009; mas aqui quero sintetizar o período de quase um ano de "tratamento". Neste período todo, conversei apenas com duas médicas, a primeira, me atendeu com a máxima atenção e cuidados e inseriu um novo medicamento - carbolitum - e determinou o meu retorno para trinta dias, isto que esta consulta somente ocorreu em 27 de agosto de 2.009, ou seja, três meses após ter realizado e preenchido as fichas necessárias; durante o período de junho a agosto, minhas receitas foram aviadas por um médico (meu conhecido), mas não especialista em psiquiatria, que seguiram as receitas aviadas pela minha antiga médica. O prazo de retorno para trinta dias, conforme consta do pedido da primeira médica do posto de saúde mental, somente foi agendada para o dia 27 de dezembro de 2.009, a qual, por minha culpa, acabei por perder dita consulta (hoje sei que não faria diferença), mas até ali, continuava obtendo as receitas aviadas, da forma como já narrei. Cheguei inclusive a pegar alguns medicamentos que "gratuitamente" são fornecidos aos pacientes. Entretanto, tais medicamentos, não passam apenas de plancentos,  vez que, são de laboratórios desconhecidos e não possuem a dosagem que realmente e por lei estariam obrigados a ter em sua formulação - mais um engodo do Governo Estadual, Federal e Municipal. Digo e afirmo, que tais medicamentos, adquiridos sempre com superfaturamento e distribuído "gratuitamente", não fazem os efeitos que teriam que fazer e a bem da verdade eles não são gratuitos, uma vez que todos os brasileiros, mesmo antes de abrir os olhos e acordar em sua cama, já estão pagando impostos extorsivos e estes não se revertem a população, ao menos no campo da saúde (e em outros campos também). Finalmente, foi para minha segunda (ocorreu em 12 de maio de 2010) e última consulta no SUS. A "médica psiquiatra" que me atendeu, deveria estar com maiores problemas que eu próprio. Me deu pena de ver tantas pessoas para serem atendidas pela aquela pessoa que se apresentava como médica especialista da área de psiquiatria, posto que a mesma, a mim me pareceu totalmente despreparada para ajudar os menos necessitados e os que não possuem voz para fazer valer os seus direitos. Tivemos uma forte e acalorada discussão. Fiz vê-la que a mesma estava ali para servir, ao final está é obrigação de todos os servidores públicos, seja a quem nível se encontre e não para ser servidos. Mas enfim. Deixei o local, fiz meu reclamo verbal ao chefe do posto da unidade mental, que me ouviu e pediu-me que o fizesse por escrito. Pensei em fazê-lo por escrito, mas afinal o que adiantaria; já tinha um processo administrativo junto a farmacêutica, onde reclamei da medicamento ali fornecido, que a mim, parece apenas farinha - cloridrato de sertralina 50mg - laboratório desconhecido; o que ocorreu com minha reclamação (escrita e assinada), com certeza está morta e enterrada em algum lugar. Tais situações, dentro deste sistema envolve muitas pessoas e muito dinheiro, portanto, alguém ou todos devem-se calar. É mais fácil! De certa forma, minha peregrinação junto ao Serviço de Saúde Mental de meu município, me propiciou a visão da realidade brasileira, ao menos neste meu pequeno mundo, na minha cidade, daí a imaginar outros rincões deste País Continental, o que o povo sofre nas mãos de governantes corruptos e marginais.  Verdadeiramente sinto pena e por vivência própria, sei que os medicamentos fornecidos não têm em sua formulação a farmacologia ideal a fim de propiciar uma melhora na vida mental dos pacientes que não dispõe de recursos para buscar um tratamento mais adequado a cada caso, mesmo sendo este seu direito e um dever do Estado. Como nesta narrativa, esta é o encerramento de um ciclo, tenho que dizer que ainda continuou em tratamento e hoje com um médico; se trágico não fosse, a escolha deste meu novo médico, deu-se em meu escritório, que à época estava montando um processo de interdição (quando ainda prestava serviços de assistência judiciária), li, reli e tornei a ler um relatório médico, que, quer pela forma, quer pela escrita, convenci-me que estava diante de um médico verdadeiro, terminei de montar o processo e liguei marcando com este uma consulta, que ocorreu em 20 de maio de 2.010. Há um ano que mantenho o meu tratamento sob sua indicação, onde a maioria dos medicamentos que tomava foi paulatinamente sendo substituídos por outros. Enfim, encerrando este ciclo, não poderia deixar de escrever sob a minha teoria a respeito das possíveis causas da depressão. Creio que já em outras postagensultrainterino, possa ser se não no todo, mas com maior contribuição para o desencadeamento de uma crise depressiva e até mesmo uma depressão cronica. Atualmente, não posso afirmar com todas as letras, mas estou mais voltado para o  niilismo, do que para qualquer outra coisa. Enfim e finalmente para encerrar e fechar este ciclo, quero fazê-lo com uma frase de Machado de Assis, extraído de sua Obra - Dom Casmurro, onde ele cita que: "A vida é uma Opera."      

quarta-feira, 1 de junho de 2011

O tratamento XI

(Continuando). Encerrei o ano de 2.005 em condições favoráveis. em 2.006, minha consulta já ocorreu logo no primeiro mês, onde pela avaliação de minha jovem médica, me encontrava; "com boa aparência, menos ansioso, porém mais sonolento. Menos tenso, bem disposto." Não pensei leitores(as) que minha memória é infalível; as frases acima fazem parte do meu prontuário médico, portanto, estas palavras foram escritas por minha médicos. É um direito do paciente e uma obrigação legal do médico, seja de que área médica for. Portanto, quando estiver se tratado tenha plena consciência de que você paciente, têm direito ao prontuário médico - é Lei! Mas deixemos de lado e sigamos a meta que me interessa. É evidente que no tratamento da depressão, todos os pacientes, passaram por altos e baixos, mesmo utilizando corretamente a medicação. Porém o que ocorre com muita, mas muita frequência, e que o paciente depressivo, deixa de tomar a medicação indicada, acreditando já estar sanado o seu problema e aí, e daí, advém a recaída e de forma muito mais avassaladora do que a primeira crise depressiva. Não que tal fato tenha ocorrido comigo neste período, com exceção do que já narrei no inicio deste blog. Muitas das vezes, o médico (a) busca alternar medicamentos objetivando uma melhora para o paciente e foi assim em maio de 2.006, que mantive o meu primeiro contato com o chamado Clonozepan - nome mais conhecido comercialmente como Rivotril. Tive a medicação Tranquinal suspensa e em seu lugar o Rivotril que comecei a tomar apenas e tão somente trinta e cinco gotas diariamente. E, como estava trabalhando bastante, o ano transcorreu com tranquilidade e em face de haver me aprofundado nos estudos (autodidata) a respeito da depressão e também da farmacologia que estava ingerindo, obtive resultados pessoais impressionantes, posto que, consegui e obtive a vitória em dominar a depressão e mantê-la sob constante domínio. É algo que para muitos pode parecer impossível, mas afirmo - É TOTALMENTE POSSÍVEL DOMINAR A DEPRESSÃO E DEIXAR QUE QUE ELA DOMINE VOCÊ! Digo e afirmo isso por experiência própria. Daí esta minha narrativa. Ao que também chamo atenção. Em nenhum momento negligenciei em tomar os medicamentos nas horas devidas. O ano de 2.007, também transcorreu sem qualquer amargor maior daquele que já havia passado. Ainda sentia o preconceito de meus semelhantes, mas os perdoo, pois o preconceito nasce da ignorância, daí, nasce o meu perdão. Confesso que até me diverte um pouco com o preconceito. Não iria narrar, mas considero tal engraçado que o farei: - Estava na defesa de uma cliente e a parte contrária, ignorante, diga-se de passagem; passou a fazer ligações ameaçadoras para minha cliente e este, não satisfeito, teve a petulância, de vir até meu escritório na tentativa de ameaçar-me, o que também não surtiu qualquer efeito; porém, ele, não se deu por vencido, acabou por me contatar via fone e despejou ameaças absurdas e risíveis; mas o mais interessante de toda está narrativa foi quando eu lhe disse que fazia tratamento psiquiátrico. A sua fala é que foi interessante, pois ele me disse: "O dr. está me ameaçando?" Veja o que é a ignorância e o que faz o preconceito. Era eu que estava sendo ameaçado por ele e quando lhe digo que estava fazendo tratamento psiquiátrico, ele se sentiu ameaçado. É uma pena que não possa nominar o reles ser humano que fez e cometeu tal ato, apesar que, também não é merecedor de crédito algum a sua ignorância humana. Mas, meu tratamento, com está jovem e amável médica foi até o mês de maio de 2.009. Mas isto é passado! Seguirei narrando os acontecimentos e tenham certeza, ficaram surpresos! (Continuarei)           

quinta-feira, 24 de março de 2011

O tratamento X

(Continuando...) Findou-se o ano de 2.004. Ainda continuava o meu tratamento, somente que agora, as consultas estavam mais espaçadas. Com isso, tinha duas vantagens. Não sofria mês a mês a cada ida ao consultório de minha médica e também economizava o dinheiro da consulta. Acaso entre uma consulta e outra, necessitasse de uma receita, bastava contatar com a minha médica e normalmente retirava a receita com a secretaria. Neste período, posso dizer que me encontrava totalmente estabilizado. Estava sendo medicado com Cloridrato de Sertralina, Sulperida e Tranquinal. Para que tenham consciência do equilíbrio que me encontrava, fui durante o ano todo de 2.005, apenas cinco vezes ao consultório de minha médica. Enfim, sentia-me extremamente confiante e trabalhava normalmente, salvo raras exceções, mas havia retomado integralmente meu ritmo normal de trabalho. Me sentia bem, o que me incomodava era a ingestão dos medicamentos; conforme já narrei, não suportava tomar medicamentos. Apesar de já ter narrado algumas vezes, afirmando que não entraria no tópico relacionado à religião; entretanto, não posso deixar de narrar sobre a questão. A doença e a religião ou religiosidade que em mim existia, caminharam lado a lado, até um certo momento de minha vida. Sei que alguns leitores (as) poderão até mesmo de imediato não me compreender. Isto não me causará incomodo algum, caso venham as criticas, pois o que vou narrar é o que de verdade ocorreu comigo. Por isso, não retornarei muito no tempo, somente farei algumas ilações a respeito do que se passou comigo, pois como já narrei anteriormente, este blog é para servir de bussola, de norte para os(s) leitores (as) e muitas das vezes a fé cega, faz mais estragos do que se pode imaginar. Em rápida e pequena síntese. - Nasci no seio da Igreja Católica, onde segui por longo tempo seus dogmas e suas demonstrações de fé, sendo nela batizado e crismado e ainda foi nela que casei. Mas minha mente curiosa e meu desejo de conhecer mais e mais, fui me aprofundando na leitura da Bíblia Sagrada e livros de teologia cristã. Esta busca, me levou a conhecer as mais variadas seitas e igrejas evangélicas, deste as tradicionais até as chamadas neo pentecostais. Em algumas delas não somente fui conhecer, através de uma simples visita, cheguei mesmo a participar por algum tempo de algumas delas. Minha esposa seguia e ainda segue a Igreja Católica. Assim, quando estava no auge de minha enfermidade, porém, sem tê-la ainda descoberto, ou seja, tudo o que eu estava passando, as dores que estava sentindo, os problemas na vida profissional e na vida financeira; tudo, mas tudo era no chavão dos pastores evangélicos era de que:- "É a vontade de Deus! Ele têm uma grande obra para vossa vida! Entregue-se ao Senhor Jesus Cristo e o mais Ele fará!" e etc.etc., etc. Minha casa e meu escritório haviam virado pontos de oração; já não mais importava quem estava orando ou o porque estavam orando. Difícil era a semana que não existia ao menos dois grupos de igrejas com denominadores diferentes que se aportavam em minha casa com o objetivo único de "espantar os demônios" e esses grupos pregavam a palavra Sagrada (a Bíblia - que eu já conhecia de cor e já havia decorado passagens, escritas tanto no Velho Testamento como no Novo Testamento - eu tinha grande intimidade com a Bíblia Sagrada). Não quero aqui fazer discriminação de religião ou seita alguma; pois, todas estavam com as portas abertas, eu que abelhudo, ia na minha busca ao Sagrado, daqui acola, sem nada encontrar e também sem encontrar as respostas que me afligiam. Enfim, somos todos seres humanos e portanto, somos seres falhos e imperfeitos. Como narrei acima, a respeito dos chavões utilizados por evangélicos, (não que estejam errados; é assim que eles creem, é está a fundamentação da fé que eles professam e pregam) tanto que tenho vários amigos que são pastores evangélicos e quando nos encontramos, nossa conversa nunca descamba para o lado religioso, e assim, vamos respeitando a crença e a fé de cada um. Este parenteses se fez necessário, uma vez que, dentro da minha doença, antes de havê-la descoberto, acreditava eu que a cura e a paz que eu buscava viria pela fé e isto, não aconteceu, sendo que acabei, após ter descoberto que o que havia tirado a minha paz de espírito e estava me levando para baixo, para o fundo, para a porta de Hades, era a maldita doença da depressão. Assim, depois de haver descoberto a doença e começado o tratamento, uma das primeiras decisão foi a de deixar de frequentar qualquer templo religioso e também de qualquer seita religiosa. A questão agora estava na busca interna e não mais externa. Enfim, com o auxilio dos medicamentos (minha muleta) reencontrei o equilíbrio, durante estes períodos. Isto não quer dizer que deixei de crer, deixei de ter fé. Só que agora era a ligação direta, não mais queria intermediários. (Continuarei....)          

quinta-feira, 10 de março de 2011

O tratamento IX

(Continuando...) Assim como se passou o ano de 2.003, o ano de 2.004 começou, como não podia deixar de ser, com uma consulta à então, minha médica, em janeiro de 2.004 e o sobe e desce da dosagem na medicação seguiu em frente. Entretanto, a cada dia que passava, me fortalecia mais e mais. O meu trabalho havia retornado a quase total normalidade e o serviço aumentava dia a dia, e com isso fui pouco a pouco, reconquistando a mim mesmo e o que havia perdido, em termos financeiros. Porém, uma coisa que perdi e que é impossível de se repor, foi a convivência com meu filho caçula, posto que, em virtude de minha situação, não consegui conviver com ele da mesma forma que convivi com meus outros filhos. Mas isto, está sendo devidamente compensado nos dias atuais, tanto que, já há mais de dois anos é ele o meu secretário particular, isto quando não está na escola, sendo que, no ano atual, ele está com compromissos escolares deste à manhã até a parte da tarde, com exceção das terças-feiras e sextas-feiras. No mais é estudo o dia inteiro. Mas voltando para o meu caso, no ano de 2.004 as consultas foram mais espaçadas, o que dantes era feito, entre trinta à quarenta e cinco dias, agora já estava indo para as consultas a cada sessenta dias. Isto também me fez sentir muito melhor comigo mesmo. Pois, apesar de ter um carinho especial por minha médica; me sentia irritado no dia da consulta, e essa irritação aumentava no mesmo grau em que se aproximava da hora da consulta. Com certeza, lá era o último lugar que gostaria de estar naquele dia. Mas mesmo assim, nunca deixei de ir a nenhuma consulta agendada previamente. A depressão, no meu caso especifico, me fez perder o meu "EU"; o meu norte, o meu caminho. Sendo que, tomando os psicotrópicos, já não me sentia mais o meu "EU", era como se este estivesse dentro de mim, mas afastado, muito longe em um lugar onde não podia contatá-lo. É simplesmente uma experiência marcante, indelével; mas que dói e machuca, marca à ferro quente, dentro do íntimo do ser; vai dentro das profundezas de nosso ser e lá, deixa a sua marca, sem dó, sem caridade e sem pedir licença. O sofrimento de uma doença que não transparece aos nossos semelhantes é algo extremo e abala todas as suas estruturas, sejam elas, mentais, emocionais ou psíquicas. A minha profissão é altamente estressante, pois, nós advogados(as) somos um dos pilares que dão sustentáculo ao sistema jurídico do país, ou seja, em qualquer país democrático, o profissional do direito (advogados(as)) são essenciais a manutenção da ordem jurídica do país. Mas amo o que faço, mas mesmo assim, não deixa de ser estressante, pois, lido com os problemas alheios e é meu dever fazer e dar o melhor de mim, para auxiliar àquele(a) que confia a mim o seu problema jurídico. Portanto, a minha luta contra a depressão, repetindo, era diária. Mas sentia-me fortalecer a cada passo que dava. E certo, que muitas vezes estava esgotado e cansado do trabalho, mas isto não me fazia desanimar, ao contrário, queria e desejava seguir em frente. E isto me fez estudar mais e mais a respeito de meu caso, o que por agora me habilita a efetuar tal narrativa, com o intuito de alerta às pessoas que sofrem o que sofri e não têm sequer consciência do que lhe está afetando. Confesso, que ainda não recuperei o meu "EU" integralmente, mas já obtive sucesso em reconquistar parte dele. Mas enfim, tenho ainda muito a narrar, o que farei na sequência deste blog. (continuaremos...)     

quinta-feira, 3 de março de 2011

O tratamento VIII

(Continuando...) O ano de 2.002 também ficou para trás. Ainda estava na busca da provável cura. O ano de 2.003 estava em curso, quando em 11 de fevereiro de 2.003, quase a totalidade de minha medicação foi alterada por minha jovem médica. Está me receitou novos medicamentos, como também com novas dosagens. Passei a ingerir: Sertralina 75mg, dois comprimidos ao dia; Tranquinal (ansiolitico), quatro comprimidos de 0,5 mg ao dia o que totalizava 20,0 mg, por dia e também foi inserido a Sulperida, desta ingeria três compridos ao dia. Este último medicamento, me trouxe sérios transtornos e, principalmente, me fez ganhar peso. A bem da verdade fiquei inchado e ultrapassei os dois dígitos da balança rapidinho. E assim, o ano de 2.003, transcorreu com seus altos e baixos, sendo que a dosagem dos medicamentos subiam e desciam de acordo com as minhas abaladas condições. Neste período, meu trabalho se desenvolveu amplamente e me sentia renovado e com forças para exercer minha amada profissão. Entretanto, com a moeda possui duas faces distintas, os medicamentos não fogem à regra. Todos eles, tinham e ainda têm seus efeitos colaterais terríveis, como por exemplo:- me fez ganhar peso, tinha tonturas, encefáleia, etc. Mas tudo isso era contornável; era possível viver com uma condição melhor de vida. Os medicamentos me serviam de muletas e era obrigado a usá-los a fim de ter uma condição de sobrevivência mais condizente com a realidade. Neste período também, me dediquei aos estudos a respeito da minha doença, buscando nas informações técnicas, obtidas através de fontes diversas, ou seja, livros de medicina, utilizados nas faculdades de medicina; livros técnicos específicos a respeito da doença em si, utilizei também a internet na busca de toda e qualquer informação que me fosse útil. Era meu desejo encontrar uma saída, uma brecha no emaranhado e confuso caos da mente humana. Cheguei até mesmo realizar estudos, não tão profundos, mas de relativa complexidade, sobre o funcionamento do cérebro humano. De tudo isto o que restou é que alguns tipos de depressão são efetivamente curadas, caso o paciente, não permita que esta chegue a um nível crônico e muito mais difícil de tratar, pois, repetindo, existem vários tipos e níveis de depressão e torno a repetir, quem pode avaliar com precisão cirúrgica estes níveis, é um especialista na área da psiquiatria, pois, dentro da área da psiquiatria, existem várias formas técnicas do conhecimento humano que dá ao médico especialista da área psiquiátrica elementos de convicção para a avaliação do nível de depressão em que se encontra o paciente. Dependendo do nível, a cura é possível. Mas dependendo do caso, infelizmente, não há cura! Ao menos foi o que apurei em meus estudos à respeito do caso. Você caro (a) leitor (a), pode até mesmo já ter ouvido que pessoas se curaram da depressão e abandonaram os medicamentos. Aqui necessário se fazer uma observação - muitos pacientes sofrem de depressão em um determinado nível, que apenas uma pequena (ínfima) quantidade de medicamente já faz uma grande diferença e esta pessoa após alguns meses, sem retorno e sem consulta a seu médico deixa por conta própria de se medicar. É verdade, ela pode estar curada, entretanto, não era o meu caso, este que aqui narro. Acaso, pensam vocês que não tentei parar com os medicamentos? O sofrimento da abstinência e o perigo de uma recaída, é apenas separado por uma tênue linha no espaço e no tempo. Um erro, um momento de indecisão pode ser fatal! Portanto, antes de deixar de tomar os medicamentos que lhes foi ou foram receitados, se orientem com vosso (a) médico (a), como fazer a retirada dos medicamentos. Sei de antemão, que a orientação será de que você deverá fazê-lo lentamente, ou seja, as dosagens dos medicamentos irão sendo diminuídas e com isso o sofrimento (abstinência) será muito menor e chegará o dia que estarás livre das necessária e impertinente muletas (que são os medicamentos), que se fizeram necessárias durante certo período de vossas vidas. (continuaremos...)