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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Encerrando o ciclo. (com correção)

(Continuando...) Após romper o longo relacionamento com minha médica, isto em fins de maio de 2.009, tomei a decisão de utilizar-me de meus direitos de cidadão, garantidos pela Constituição Federal, busquei assim o Serviço Único de Saúde - SUS. Reiniciei o tratamento no SUS de minha cidade, em 02 de junho de 2.009; mas aqui quero sintetizar o período de quase um ano de "tratamento". Neste período todo, conversei apenas com duas médicas, a primeira, me atendeu com a máxima atenção e cuidados e inseriu um novo medicamento - carbolitum – (sendo que este medicamento, a bem da verdade, nada ajuda em determinados casos de depressão, porém, mesmo assim, tomei o medicamente durante trinta dias) e determinou o meu retorno para trinta dias, isto que esta consulta somente ocorreu em 27 de agosto de 2.009, ou seja, três meses após ter realizado e preenchido as fichas necessárias; durante o período de junho a agosto, minhas receitas foram aviadas por um médico (meu conhecido), mas não especialista em psiquiatria, que seguiram o programa das receitas aviadas pela minha antiga médica. O prazo de retorno para trinta dias, conforme consta do pedido da primeira médica do posto de saúde mental, somente foi agendada para o dia 27 de dezembro de 2.009, a qual, por minha culpa, acabei por perder dita consulta (hoje sei que não faria diferença), mas até ali, continuava obtendo as receitas aviadas, da forma como já narrei. Cheguei inclusive a pegar alguns medicamentos que "gratuitamente" são fornecidos aos pacientes. Entretanto, tais medicamentos, não passam apenas de placentas,  vez que, são de laboratórios desconhecidos e não possuem a dosagem que realmente e por lei estariam obrigados a ter em sua formulação - mais um engodo do Governo Estadual, Federal e Municipal. Digo e afirmo, que tais medicamentos, adquiridos sempre com superfaturamento e distribuído "gratuitamente", não fazem os efeitos que teriam que fazer e a bem da verdade eles não são gratuitos, uma vez que todos os brasileiros, mesmo antes de abrir os olhos e acordar em sua cama, já estão pagando impostos extorsivos e estes não se revertem a população, ao menos no campo da saúde (e em outros campos também). Finalmente, foi para minha segunda (ocorreu em 12 de maio de 2010) e última consulta no SUS. A "médica psiquiatra" que me atendeu, deveria estar com maiores problemas que eu próprio. Me deu pena de ver tantas pessoas para serem atendidas pela aquela pessoa que se apresentava como médica especialista da área de psiquiatria, posto que a mesma, a mim me pareceu totalmente despreparada para ajudar os menos necessitados e os que não possuem voz para fazer valer os seus direitos. Tivemos uma forte e acalorada discussão. Fiz vê-la que a mesma estava ali para servir, ao final está é obrigação de todos os servidores públicos, seja a quem nível se encontre e não para ser servidos. Mas enfim. Deixei o local, fiz meu reclamo verbal ao chefe do posto da unidade mental, que me ouviu e pediu-me que o fizesse por escrito. Pensei em fazê-lo por escrito, mas afinal o que adiantaria; já tinha um processo administrativo junto a farmacêutica, onde reclamei da medicamento ali fornecido, que a mim, parece apenas farinha - cloridrato de sertralina 50mg - laboratório desconhecido; o que ocorreu com minha reclamação (escrita e assinada), com certeza está morta e enterrada em algum lugar. Tais situações, dentro deste sistema envolve muitas pessoas e muito dinheiro, portanto, alguém ou todos devem-se calar. É mais fácil! De certa forma, minha peregrinação junto ao Serviço de Saúde Mental de meu município, me propiciou a visão da realidade brasileira, ao menos neste meu pequeno mundo, na minha cidade, daí a imaginar outros rincões deste País Continental, o que o povo sofre nas mãos de governantes corruptos e marginais.  Verdadeiramente sinto pena e por vivência própria, sei que os medicamentos fornecidos não têm em sua formulação a farmacologia ideal a fim de propiciar uma melhora na vida mental dos pacientes que não dispõe de recursos para buscar um tratamento mais adequado a cada caso, mesmo sendo este seu direito e um dever do Estado. Como nesta narrativa, esta é o encerramento de um ciclo, tenho que dizer que ainda continuou em tratamento e hoje com um médico; se trágico não fosse, a escolha deste meu novo médico, deu-se em meu escritório, que à época estava montando um processo de interdição (quando ainda prestava serviços de assistência judiciária), li, reli e tornei a ler um relatório médico, que, quer pela forma, quer pela escrita, convenci-me que estava diante de um médico verdadeiro, terminei de montar o processo e liguei marcando com este uma consulta, que ocorreu em 20 de maio de 2.010. Há um ano que mantenho o meu tratamento sob sua indicação, onde a maioria dos medicamentos que tomava foi paulatinamente sendo substituídos por outros. Enfim, encerrando este ciclo, não poderia deixar de escrever sob a minha teoria a respeito das possíveis causas da depressão. É cristalino que nosso cérebro é um microcosmo de aproximadamente 1,3 quilograma, mas neste pequeno espaço, se esconde a maior aventura humana. Cientistas de todo o mundo busca desvendar os mistérios que envolve a mente humana; têm obtido avanços significativos, porém, na maioria das vezes envolve apenas muita especulação e de outras se fundamentam em evidência, mas que ao final, em minha humilde opinião, longe estão de desvendar o maior dos mistérios humanos – o funcionamento do cérebro! No caso in concreto, desta narrativa, posso afirmar que para o paciente depressivo, no caso crônico da doença, estará sempre a sua frente o cálice de cicuta; caberá a este, afastá-lo ou ingeri-lo, mas tenho a certeza de que o cálice de cicuta, mesmo que se o coloque em local de difícil acesso e ou até mesmo, em um local fechado a sete chaves, podes ter a certeza de que o mesmo estará sempre a disposição. Evidente que com isso que afirmar que existe a total possibilidade de um paciente depressivo ter e levar uma vida praticamente quase que normal, bastará que ele (paciente) mantenha sempre um foco possível e adequado para sua sobrevivência e em assim sendo, o cálice de cicuta criará pó o bastante para envolvê-lo completamente. Digo isso por experiência própria, por vivência e não apenas por estudos teóricos. Afirmo – é possível ter vida própria, mesmo estando em tratamento de depressão por um longo período.
Sei, através de vários estudos, que a teoria dominante a respeito das causas da depressão, segundo os especialistas e cientistas, onde estes afirmam que as causas da depressão é hereditária e genética. Bem, confesso que nada sou, nem cientista e muito menos especialista na área, mas de tudo o que li, está teoria, está simplesmente baseada, apenas e tão somente em evidências, não em provas reais e fáticas. Pode até existir um fundo de verdade, quem sou para negar. Agora, pela minha experiência vivida, acredito que as causas da depressão pode até mesmo começar na vida ultra interina; porém, não posso aceitar como fator cego, que a depressão tenha como causas fatores de hereditariedade; genética até aceito, mas hereditário não. Atualmente, ainda em tratamento, tomo as medicações, mas com uma grande diferença; conheço meu inimigo (doença) e na arte da guerra, para vencê-la, o primeiro passo é conhecer muito bem seu inimigo, foi o que fiz; estudei, busquei todas as informações possíveis a respeito e hoje levo uma vida normal e estou totalmente estabilizado e exercendo a minha amada profissão. É certo que possuo agora, uma outra visão do mundo, não somente de meu mundo particular, mas do planeta como um todo, porém, este não é um fato que desejo declinar neste trabalho. Pois, este trabalho, a mim, têm o condão de servir de um pequeno lume para outros (as) que como eu, atravessamos mares bravios e escuridão total, para estes, afirmo, existe uma saída, existe vida na depressão, seja ela, em que grau for! Enfim e finalmente para encerrar e fechar este ciclo, quero fazê-lo com uma frase de Machado de Assis, extraído de sua Obra - Dom Casmurro, onde ele cita que: "A vida é uma Opera."      

3 comentários:

  1. Acredito que a origem da depressão, tb pode estar na falta de sonhos, objetivos e focos, na vida. Na incapacidade de lutar,recomeçar a cada manhã e acreditar em si, que é capacitada por um Deus nos criou para crescermos em todos os aspectos. Existe uma força interior dentro de nós q é maior q tudo nesta vida, precisamos querer e aprender a uza-la, os remédios só nos ajudam, mas não fazem por nós o q nos é de direito fazer. É fácil colocar a culpa nos médicos, laboratórios e medicamentos, embora sabemos q tb trazem suas culpas, mas precisamos querer sair do poço e viver feliz , realizados e com dignidade.

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    1. voce diria isso para uma pessoa com cancer? que medico nao é suficiente ela tem q querer se curar pra poder ser curada.

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  2. Legal, parabéns pala iniciativa,dezejo suicesso.

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