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quinta-feira, 24 de março de 2011

O tratamento X

(Continuando...) Findou-se o ano de 2.004. Ainda continuava o meu tratamento, somente que agora, as consultas estavam mais espaçadas. Com isso, tinha duas vantagens. Não sofria mês a mês a cada ida ao consultório de minha médica e também economizava o dinheiro da consulta. Acaso entre uma consulta e outra, necessitasse de uma receita, bastava contatar com a minha médica e normalmente retirava a receita com a secretaria. Neste período, posso dizer que me encontrava totalmente estabilizado. Estava sendo medicado com Cloridrato de Sertralina, Sulperida e Tranquinal. Para que tenham consciência do equilíbrio que me encontrava, fui durante o ano todo de 2.005, apenas cinco vezes ao consultório de minha médica. Enfim, sentia-me extremamente confiante e trabalhava normalmente, salvo raras exceções, mas havia retomado integralmente meu ritmo normal de trabalho. Me sentia bem, o que me incomodava era a ingestão dos medicamentos; conforme já narrei, não suportava tomar medicamentos. Apesar de já ter narrado algumas vezes, afirmando que não entraria no tópico relacionado à religião; entretanto, não posso deixar de narrar sobre a questão. A doença e a religião ou religiosidade que em mim existia, caminharam lado a lado, até um certo momento de minha vida. Sei que alguns leitores (as) poderão até mesmo de imediato não me compreender. Isto não me causará incomodo algum, caso venham as criticas, pois o que vou narrar é o que de verdade ocorreu comigo. Por isso, não retornarei muito no tempo, somente farei algumas ilações a respeito do que se passou comigo, pois como já narrei anteriormente, este blog é para servir de bussola, de norte para os(s) leitores (as) e muitas das vezes a fé cega, faz mais estragos do que se pode imaginar. Em rápida e pequena síntese. - Nasci no seio da Igreja Católica, onde segui por longo tempo seus dogmas e suas demonstrações de fé, sendo nela batizado e crismado e ainda foi nela que casei. Mas minha mente curiosa e meu desejo de conhecer mais e mais, fui me aprofundando na leitura da Bíblia Sagrada e livros de teologia cristã. Esta busca, me levou a conhecer as mais variadas seitas e igrejas evangélicas, deste as tradicionais até as chamadas neo pentecostais. Em algumas delas não somente fui conhecer, através de uma simples visita, cheguei mesmo a participar por algum tempo de algumas delas. Minha esposa seguia e ainda segue a Igreja Católica. Assim, quando estava no auge de minha enfermidade, porém, sem tê-la ainda descoberto, ou seja, tudo o que eu estava passando, as dores que estava sentindo, os problemas na vida profissional e na vida financeira; tudo, mas tudo era no chavão dos pastores evangélicos era de que:- "É a vontade de Deus! Ele têm uma grande obra para vossa vida! Entregue-se ao Senhor Jesus Cristo e o mais Ele fará!" e etc.etc., etc. Minha casa e meu escritório haviam virado pontos de oração; já não mais importava quem estava orando ou o porque estavam orando. Difícil era a semana que não existia ao menos dois grupos de igrejas com denominadores diferentes que se aportavam em minha casa com o objetivo único de "espantar os demônios" e esses grupos pregavam a palavra Sagrada (a Bíblia - que eu já conhecia de cor e já havia decorado passagens, escritas tanto no Velho Testamento como no Novo Testamento - eu tinha grande intimidade com a Bíblia Sagrada). Não quero aqui fazer discriminação de religião ou seita alguma; pois, todas estavam com as portas abertas, eu que abelhudo, ia na minha busca ao Sagrado, daqui acola, sem nada encontrar e também sem encontrar as respostas que me afligiam. Enfim, somos todos seres humanos e portanto, somos seres falhos e imperfeitos. Como narrei acima, a respeito dos chavões utilizados por evangélicos, (não que estejam errados; é assim que eles creem, é está a fundamentação da fé que eles professam e pregam) tanto que tenho vários amigos que são pastores evangélicos e quando nos encontramos, nossa conversa nunca descamba para o lado religioso, e assim, vamos respeitando a crença e a fé de cada um. Este parenteses se fez necessário, uma vez que, dentro da minha doença, antes de havê-la descoberto, acreditava eu que a cura e a paz que eu buscava viria pela fé e isto, não aconteceu, sendo que acabei, após ter descoberto que o que havia tirado a minha paz de espírito e estava me levando para baixo, para o fundo, para a porta de Hades, era a maldita doença da depressão. Assim, depois de haver descoberto a doença e começado o tratamento, uma das primeiras decisão foi a de deixar de frequentar qualquer templo religioso e também de qualquer seita religiosa. A questão agora estava na busca interna e não mais externa. Enfim, com o auxilio dos medicamentos (minha muleta) reencontrei o equilíbrio, durante estes períodos. Isto não quer dizer que deixei de crer, deixei de ter fé. Só que agora era a ligação direta, não mais queria intermediários. (Continuarei....)          

Um comentário:

  1. Gostei muito do seu blog, li todos os posts em um só dia...estou em um periodo meio ruim, há dias em que venho ao escritorio e apenas choro o dia todo, enquanto que existem dias em que estou bem, por isso ainda não procurei ajuda, nem sei se devo, o que passo nao parece tao grave quanto o que voce passou, e ainda passa...já perdi dois anos na faculdade, não consigo frequentar as aulas, há dias que venho ao trabalho pensando em jogar o carro num poste, mas amo muito minha familia para tanto, enfim....um grande abraço a voce e sua familia.

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