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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O tratamento.

(Continuando...) Aqui vou fazer apenas um resumo, pois, se trata de um longo período em que estive sob os cuidados desta médica. Os primeiro meses, isto desde que comecei a tomar os medicamentos simplesmente, foram os mais terríveis. Não queria falar com ninguém, não atendia telefone, não queria receber visitas, apesar que estas foram poucas, se restringiu apenas aos familiares e de alguns poucos telefonemas de pouquíssimos amigos. Foi este um momento de grande reflexão, foi onde após estes anos todos descobri aquilo que talvez já soubesse, porém, nós nos recusamos a aceitar. A bem da verdade, nós não temos amigos, temos sim conhecidos, os verdadeiros e únicos amigos estão na família, que é a grande e potencial sustentação de um ser humano e também de toda uma sociedade, no âmbito geral, pois, sem a existência no núcleo familiar, o estado como o conhecemos, deixaria de existir. Não que tivesse ficado magoado com o desaparecimento das pessoas, principalmente àquelas que durante a minha vida profissional as ensinei e as conduzi para seguirem a lide forense, e o que não foram poucas. Bem neste período, antes de ficar completamente dopado, como já disse e repito, meu corpo estava andando, olhando, vendo, meus sentidos auditivos, visuais e olfato estavam funcionando, porém, meu cérebro, onde se localizam bilhões e bilhões de neurônios, onde estes são responsáveis pela produção impressionante de elementos químicos (deixo de citá-lo neste, visto que este não é um trabalho cientifico, mas tão somente a minha visão a respeito da doença), estavam em verdadeira batalha, uma batalha após outra e agora somatizada e atacada pelos efeitos dos medicamentos. Enfim, antes da data do inicio do tratamento, estava trabalhando em mais um livro. Este era um livro que exigia muita dedicação, muito trabalho e muita pesquisa. Nele, buscava demonstrar em detalhes as orações existentes na Bíblia Sagrada, buscando demonstrar o tempo e o espaço histórico em que ocorreram tais orações e se e como estas foram atendidas e por quem foram feitas. Já tinha mais de cinquenta laudas escritas (ainda que cruas, sem correção, etc), o que em termo de livro padrão, poder-se-ia dizer que tinha pronto já mais de cem páginas. Entretanto, quando me vi envolto no manto negro da maldita doença, me vi obrigado a parar com o trabalho, pois, o mesmo era desgastante e eu muito exigente comigo mesmo (tirano de mim mesmo), portanto, não tive forças para continuar o livro, mas, comecei a escrever outro livro, seguindo a ficção, um romance, um suspense. (Continuarei...) 

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