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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A segunda consulta.

Continuando ... Enfim chegou o dia da segunda consulta, com o dito especialista da grande metrópole. Agora tinha um agravante, estava sob os efeitos dos medicamentos e não me sentia em condições de usar o veículo, quanto mais de enfrentar um trânsito caótico de São Paulo. Solicitei a meu filho do meio, que me levasse, pois, o mais velho não poderia me acompanhar em virtude de seu trabalho à época. Fizemos o trajeto de minha residência até o consultório, praticamente em silêncio. Somente em São Paulo, fui lhe indicando o caminho a ser percorrido. O meu filho, naquele momento, meu acompanhante, subiu comigo até o andar do consultório, porém, ele não quis entrar comigo para a consulta, resolveu aguardar na sala de espera. Lembro ainda, que este meu filho não acreditava que eu estava com um problema de saúde e muito menos que deveria estar me consultando com um médico psiquiatra, ele era e ainda é totalmente contra. Quisera, do fundo de meu coração que ele estivesse com a razão, porém, a razão é somente dele, não é a verdade real que se estampava naquele momento de minha vida e até hoje ainda não sei o porque da descrença dele na minha enfermidade. Creio que por está não estar e nem pode ser visualizada quer na aparência, quer através de exames de raio X e outros, ele nunca acreditou. Bem, entrei para a consulta. Entreguei ao médico os exames laboratoriais que me havia solicitado. Ao examinar os resultados, o mesmo me disse que os exames clínicos laboratoriais estavam bem, inclusive o exame de tiroidismo (que muitas vezes é a tiróide o responsável por uma depressão - quero esclarecer também, que existem variações nos tipos depressivos - não é um caso igual a outro e também muitas das vezes um medicamento que faz bem a um depressivo, não tem e nem alcança o mesmo efeito em outro depressivo). Enfim, os exames estavam em perfeita ordem. Não havia nada errado com o meu corpo físico em si, apenas os meus neurônios estavam em profusão e em verdadeiro caos.   Depois de mais ou menos vinte minutos a consulta estava consumada e eu deixava o consultório com uma nova receita - daquelas que uma via fica retida na farmácia - controle de venda de psicotrópicos. Não sai do consultório com nova consulta agendada, visto que o doutor, teria que participar de um Congresso nos Estados Unidos, onde seria um dos palestrantes e a sua secretaria ficou de agendar a consulta com a sua volta e me disse se acaso eu necessitasse de medicamentos, este, deixaria no meu prontuário medico a prescrição de receitas, sem serem datadas e bastaria que eu me comunicasse com a secretaria. Quero esclarecer, que em virtude da legislação brasileira em vigor, as receitas de psicotrópicos têm validade de apenas trinta dias após a data da emissão. Voltei para minha doce e querida cidade! Passei pela farmácia de minha preferência e já adquiri os medicamentos e deixei na farmácia uma relevante quantia em dinheiro, pois, somente como referência, uma caixa de Efexor XR 150, que durava uma semana, tinha um custo aproximado de U$ 100,00 (cem dólares americanos) e na receita aviada, se encontravam aviados quatro caixas, sem contar com os demais medicamentos. Assim, como tudo nesta vida passa, até mesmo a vida é uma passagem, o tempo passou, os trinta dias transcorreram e os medicamentos estavam findando e a consulta ainda não havia sido marcada. Liguei diversas vezes para o consultório, o dito médico não havia retornado e não tinha ninguém para substituí-lo e a mim não interessava apenas as receitas, queria era ter alguém, mesmo que estivesse pagando e pagando caro, mas que me desse atenção, infelizmente, não obtive a atenção deste primeiro médico e neste ínterim tomei conhecimento de que um amigo de infância e também colega da área jurídica - advogado -, também tinha tido sérios problemas com depressão e havia até mesmo sido internado e em conversa com ele, fui apresentado a sua médica. Venci os preconceitos que ainda havia sobrado dentro de mim e marquei uma consulta com, desta vez, uma médica psiquiatra, com consultório em minha cidade. A primeira consulta com esta médica se deu ... (Continuaremos...)     

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