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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O tratamento III

(Continuando...) Neste período estava sendo medicado, desde setembro/2000, com Efexor XR 150 mg e Tranquinal 0,25 mg (tomando dois comprimidos ao dia). Os medicamentos que estava utilizando, apesar do alto custo do Efexor XR 150 mg, cuja caixa durava apenas uma semana, digo que, estava começando a me estabilizar. Porém, mesmo sabendo de minha doença, não me deixei ser levado por ela. No meu intimo, sabia que tinha que fazer algo, combatê-la a qualquer custo. E assim, dediquei os momentos da minha vida, que até então me proibiam de exercer a minha amada profissão, para escrever. Terminei o livro, enviei os originais para uma pessoa que não era minha conhecida, a fim de que está fizesse a necessária correção do texto e, enquanto isso meu primogênito, trabalhava comigo na elaboração da capa. Enfim, mesmo com a forte crise da doença, encontrei no fim do túnel, uma pequena luz (não! não era a luz de um trem), mas sim uma chama que busquei desesperadamente mantê-la acesa, pois, não queria me permitir ficar largado em uma cama. Sabia e tinha motivos para tentar sobreviver ao drama pessoal e familiar que está vivendo naquele momento. É como uma grande tormenta (uma enorme tempestade, onde faz até a luz do dia escurecer) e eu, estava no meio dela e levando comigo minha família. Foi por esse período, não me recordo a data exata, que meu filho caçula, estando ainda na fase de alfabetização, escreveu em um papelão, que ele retirou de uma caixa e com sua letra ainda difícil e com os compreensíveis erros de português, escreveu: "Pai, você é o melhor pai do mundo, do seu filho M...... N...... de O........! Eu te amo muito!"  Esta frase, mal escrita, em um pedaço de papelão, que havia sido extraído de uma caixa de papelão, me foi dada pelo meu então, pequeno filho, meu caçula. Foi naquele exato momento que uma grande luz brilhou na minha vida, meu verdadeiro anjo estava ali, em forma humana e de pequeno tamanho, mas com imensa sabedoria. Peguei este papelão e o coloquei no criado mudo ao meu lado da cama, assim, ao acordar e ao deitar, lia aquelas palavras de sabedoria e de iluminação de meu pequeno anjo. Desta forma, eu tive a visão clara de outro objetivo para a minha vida! Aquela criança, meu anjo, precisava de mim! Foi daí, que fui buscar forças quase que inumanas para lutar contra a depressão. Enfim, voltarei a esse assunto, pois, é de extrema importância, posto que o (a) depressivo (a), tem que encontrar um motivo forte para sobreviver a maldita doença. Eu havia encontrado dois, primeiro dos primeiros é meu filho caçula; o segundo era meu trabalho como escritor; afinal este era o meu terceiro trabalho como escritor. O lançamento de meu livro ocorreu em 14 de dezembro de 2000, foi uma bela noite, em um restaurante que me cedeu gratuitamente o espaço e também os salgados; no coquetel que foi oferecido aos convidados, também fui agraciado por um grande amigo, proprietário de uma vinicula, que me forneceu os vinhos que foram servidos aos presentes. Quero aqui dar um destaque - a minha médica e seu esposo, que também é médico, somente de outra área médica, estiveram presentes e minha médica, permaneceu praticamente até o final e quando veio para se despedir, me perguntou se eu estava passando bem, se ela poderia ir embora - enfim, eu estava muito bem assessorado por minha jovem médica. A noite de lançamento se encerrou por volta das zero hora e as vendas superaram a minha expectativa. E assim, a primeira fase de meu tratamento no ano de 2.000, chegou ao final, mas já tinha consulta marcada para o dia 05 de janeiro de 2.001. (continuarei...)      

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