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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

O inicio de tudo - VI

Continuando...  Ao deixar o consultório de meu amigo psicólogo e entrar em meu carro, sentia-me totalmente estranho. Era a primeira vez na minha vida que abria um pouco de minha vida para alguém; tinha consciência que aquele que me ouvia era não somente meu amigo, mas sim um profissional. Um profissional que por diversas e diversas vezes já o havia indicado para atender a clientes de meu escritório, que ao meu ver necessitavam de uma ajuda, isto, normalmente em casos de separação de casais, que quando ocorre causa muito sofrimento e muita dor e invariavelmente precisam de ajuda, de alguém que os ouça e os auxiliem a ultrapassar a barreira da separação. Bem, fiquei por longos minutos dentro de meu veículo, tentando entender o que havia ocorrido. Não queria de forma alguma aceitar aquela situação como se verdade fosse, pensava que era apenas um pequeno pesadelo e ao acordar Eu, seria Eu novamente. Ledo engano! A bem da verdade, a primeira consulta, não foi um dialogo, mas um monologo, onde somente eu falei, falei, chorei e continuava a falar, com uma grande ansiedade de obter uma resposta e deixar aquela sala, que apesar de estar confortavelmente acomodado em uma bela e aconchegante poltrona, onde ao fundo ouvia um CD, que ele havia introduzido no aparelho e dele emanava sons da natureza; a meia luz, enfim, um local onde deveria me sentir totalmente relaxado e sem stress, mas o que sentia era exatamente ao contrário, sentia uma angústia e um desejo enorme que os minutos transcorressem com mais celeridade, para me ver longe daquele local, que apesar de tudo o que disse acima, me sentia totalmente oprimido. Aquele que ali estava, não era Eu, era um outro Eu, que ainda não conhecia, mas em breve viria a conhecer. O meu lado machista falava mais alto. Eu me perguntava: - "O que estou fazendo aqui?" "Eu não preciso de psicólogo! Isto é para doentes mentais! e não estou louco!" Enfim, era o preconceito! Este tipo de preconceito que nem mesmo eu sabia que o tinha dentro de mim. Mas era o preconceito que estava me afetando naquele momento, mas como sempre fui um batalhador, queria, por que queria, saber o que estava me acontecendo e mais o porque? Não obtive resposta alguma na primeira consulta. Em resumo, de uma consulta semanal, meu amigo me convenceu a passar para duas consultas semanais, alongando o prazo e com isso via a minha volta os meus negócios, a minha profissão, o meu relacionamento com os meus filhos e com minha esposa se deteriorando e eu sem saber o porque. Está fase transcorreu por seis meses. Neste período, busquei a paz espiritual em várias igrejas, desde a Católica Apostólica Romana (na qual nasci, fui criado e batizado), bem como nas igrejas evangélicas, onde pregam a cura, enfim, mas sobre esse assunto de religião e igrejas não quero adentrar, não estou aqui para confundir, o meu objetivo a auxiliar no que for possível aos leitores, principalmente aqueles que se identificam com a matéria. Não quero polemizar! Podem os leitores, estarem se perguntando a respeito do uso do álcool. Sim! Ainda continuava a consumir mais e mais, a cada dia que passava. Somente sentia um pouco de paz, quando o álcool fazia efeito. Voltava a ser o Eu que sempre fui, mas por lado, o uso excessivo do álcool, começou a atrapalhar ainda mais a minha já desestruturada existência. Tinha dias que o meu desejo era simplesmente desaparecer da face da terra. É aqui que entra o Meu Anjo! O meu filho caçula! Ao mesmo tempo que desejava cometer tal desatino, vinha em meus pensamentos o meu filho pequeno e que ele ainda precisava de mim. Mas isto é uma outra história, que acabarei por expô-la neste espaço. Continuaremos....  

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